terça-feira, 11 de março de 2014

Poesia...

Desencanto
Manuel Bandeira

Eu faço versos como quem chora 
De desalento. . . de desencanto. . . 
Fecha o meu livro, se por agora 
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente. . . 
Tristeza esparsa... remorso vão... 
Dói-me nas veias. Amargo e quente, 
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca, 
Assim dos lábios a vida corre, 
Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre.

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